sábado, 13 de outubro de 2012

Platônico

O chão não era chão, era mar. E nós andávamos por entre as velas que boiavam por todo o horizonte. Você estava lindo, e brilhava mais que a Lua. Tudo ali tinha o seu cheiro, não o cheiro do seu perfume, era o seu cheiro natural, aquele que só eu sinto. O cheiro do sentimento que você gera em mim. Haviam árvores que boiavam tão sem raízes como nós. Dividimos uma canção que ecoava por toda a infinitude daquele lugar surreal. E a música falava por si só dos nossos sentimentos, não era necessária nenhuma palavra; apenas uma melodia e alguns versos e tudo se ajeitava. Você se encantava mais com os meus olhos do que com a beleza do lugar. Arriscamos uns passinhos. Uma bailada e alguns sorrisos bem sinceros, você segurou minha mão sem me deixar ir. Toda a segurança de uma vida inteira em um momento. Eu não iria a lugar nehum, jamais. E então a luz veio trocar uns beijos com a escuridão, o silêncio a se declarar para o som. Todos os amores impossíveis, o lugar dos platônicos. E lá estávamos nós. Deus! eu te amei ainda mais sem saber que isso era possível.

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