sábado, 13 de outubro de 2012

Fome

Depois de um final de semana inteiro de desgraça, recuperei a graça de viver. Mais uma vez me encontro nas contradições, mas essa eu explicarei. Depois de uma terrível eleição a qual me provocou dor de cabeça por tanta ansiedade sobre o que aconteceria com o meu país, percebi que já não me importo mais. Não vale a pena! Não se preocupe, não morreu aquela que irá mudar o mundo. Não, não deixei de acreditar nisso. É só que hoje me despertou o pensamento que os loucos que mudam o mundo, o fazem com o seu amor e não com a vontade. Afinal, é como dizem, "de boa intenção o inferno está cheio". O que move o homem não é a ideologia ou a vontade de tal, o que move é a fome. Tenho fome sim, mas não mais de idéias para combater o sistema. Chega de citações literárias de antropólogos nitzschianos, chega de ideais de uma juventude sem voz que gasta sua força em vão. Chega, minha gente! Acabaremos todos velhos sentados numa praça jogando dominó e conversando sobre o passado, procurando lá atrás algo que alimente nossas almas e as mantenham vivas. E quando eu sentir essa fome na alma, quero que ela se lembre dessa dor que tenho aqui no estômago que se corrói numa espécie de inanição por não conseguir saciar sua fome de amor, de vida e de comida. Essas são as fomes que me movem. A graça de viver está no próprio viver, no amar e no comer. Que se coma, nem que tenham apenas a própria excreta. Comam!

2 comentários:

Maieh disse...

Marina (?)
=]
Mto bom... a mim o que doeu à cabeça foi Weslian.

Sgari disse...

o bixa talentosa você! =D