terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Hoje está difícil


"Tá difícil hoje, né?" - perguntei ao vento logo de manhã cedo. Sem resposta, continuei o dia normalmente. Mas, também, quem me responderia? Tenho que perguntar à quem deveria responder. Mas quem deve: eu ou ele? Não tenho coragem de perguntar, tenho medo da resposta. Mesmo sabendo que, dele, ouviria apenas um "Ana, tá foda!". Mas tenho medo desse foda. Porque ele não pode estar mal, o dia não pode estar difícil, faltando aquele ar fácil de respirar. Sei que ele é forte, sei que a vida vai andar tranquila, que a rotina vai continuar cheia de inspiração e felicidade. Mas sei que dói pra caralho. Não me sinto forte, não me sinto útil em ajudá-lo. Na verdade, me sinto impotente e sem palavras. Até mesmo sem braço que abrace, sem olhar que acalme, sem sorriso que brilhe.
Acordei como em qualquer outro dia. Cheia, leve, alegre, disposta. Mas hoje está diferente. Não sei explicar, é só que... está difícil, entende? Café sem gosto, descobertas sem excitação, beijo sem desejo, dia sem sol, chuva sem frio, Ana sem drama.
Disse à mim mesma que não posso me sentir assim, ora! Mas numa fração de segundos me rebati dizendo "dá licença! tenho o direito de ter um dia assim: difícil". Afinal, ninguém é obrigado a ser de ferro. Às vezes, posso esmorecer. Talvez, isso é o que eu deveria falar para ela: tá foda? Então esmorece, estou aqui para te reerguer.

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