domingo, 4 de setembro de 2011

considerações de final de dia


a verdade em que eu estou começando a acreditar é que talvez tenhamos sido criados com o propósito de perder. perder o medo, perder o tempo, perder o caminho, perder a vontade de acertar, perder o motivo de se irritar. Não consigo enxergar o porquê de vivermos sempre com tanta neura. é tão mais fácil encararmos os fatos que a vida nos põe e simplesmente seguir em frente. é tão mais fácil aceitar que algo não deu certo e tentar de outra forma do que ficar remoendo, e doendo, e sofrendo a vida toda com medo de tentar de novo, alimentando traumas dentro de si que irão determinar que você é um perdedor por destino. por quê? por que não perder a necessidade de saber sobre o amanhã? é tão mais simples viver sem preocupações, sem pré julgamentos do que pode ser certo ou errado. sabe, esses dias eu ouvi um casal conversando e entrando em acordo de que eles iriam namorar e caminhar no relacionamento deles devagar, a medida que desse certo eles aprofundariam, dariam um passo adiante. Isso me soou tão idiota, porque não acho que isso deveria ser um acordo, mas deveria ser o natural. por que o natural é entrar num relacionemento com o destino definido? "vamos namorar para casar", ou "não vamos nos envolver, não quero nada sério". quem somos para ditar o futuro? não somos ninguém, absolutamente. sempre que eu assumo esse papel de Deus, achando que posso escolher o caminho que minha vida tomará, minha vida toma um caminho de merda! cai numa fossa, dá tudo errado. e sabe por que? porque não fui criada para ser vidente, fui criada com a enorme beleza da ignorância acomanhada pela surpresa do que está coberto pela frente. a vida é o descobrir do futuro e eu sou a derrota de todas as vitórias pré-estabelecidas.

Um comentário:

Maieh disse...

'perder a vontade de acertar' é descobrir que está a cinco anos tendo aulas para aprender a mentir [bem]...

'perder o medo' é enfrentar o inseto abominável e sem plano de vôo que irá te atacar quando a luz for acesa.

'perder o tempo' é olhar pro céu e contar em quantos tons de laranja/rosa/roxo ele fica a cada fim de tarde.